quarta-feira, dezembro 30

"Tias"

Pergunto-me se o sotaque já nasce com elas, ou se se esforçam para o aprender...

terça-feira, dezembro 29

Ainda o Natal

Pai Natal: Um velhote que dá prendas a crianças que não conhece. Um velhote que invade várias casas, e deixa embrulhos suspeitos numa zona onde ele sabe que muita gente se vai reunir. Um velhote cuja principal função nos centros comerciais é sentar crianças ao colo. Um velhote claramente desleixado, aquela pança não engana ninguém. Um velhote que usa a mesma roupa há décadas.

Não quer ser mauzinho (até que quero), mas será que o Pai Natal é assim tão de confiança quanto isso?

quarta-feira, dezembro 23

O Verdadeiro Espírito Natalício

É entrar em pânico nas compras de Natal feitas à última da hora.
É ser mais simpático na esperança de receber mais prendas.
É lembrar de tudo aquilo e todos aqueles a quem ligamos nenhuma o resto do ano.
É acabar todas as conversas com "Feliz Natal e um Bom Ano Novo", mesmo sabendo que se vai ver a pessoa no dia seguinte.
É ouvir a palavra "Natal" e pensar imediatamente em comida e/ou prendas.
É tirar algo da prateleira da loja, e voltar a pousá-lo, pois a pessoa a quem iríamos dar aquilo, de certeza que não nos iria dar nada de volta.
É gastar dinheiro que não se tem.
É dizer mal do Natal, a torto e a direito, e festejar na mesma como se nada fosse, ou seja,

Feliz Natal, e um Bom Ano Novo!

domingo, dezembro 20

Carta ao Pai Natal

Estando nós quase no Natal, acho que chegou a altura de escrever a minha carta ao Pai Natal. Não sabia se haveria de a escrever tendo ou não em conta o Acordo Ortográfico, por isso decidi-me a fazer o mais responsável, e ignorar completamente que essa coisa existe.

Mas antes, tenho uma dúvida existencial. Todas as crianças mandam cartas ao Pai Natal, sejam elas portuguesas, americanas, francesas, alemãs ou o que quer que seja. Será que ele tem um Departamento de Tradução, ou é muito muito muito multilingue?

Bem, cá vai...

[post interrompido pelo Ministério da Educação, e substituído por algo muito mais interessante]

"Uma Aventura no Natal"

As gémeas entraram a correr na sala, seguidas da sua fiel Lesma, o cãozinho branco. Na sala já lá estavam o Desportista Ridicularmente Estúpido, o Cromo Ridicularmente Esperto, e o Pãozinho Sem Sal Hiperactivo, acompanhado do seu fiel cão, Pico. Todos os 5 olharam para o chão e viram uma pegada. 20 minutos depois de uma intensa sessão de pensamento, o Cromo Ridicularmente Esperto exclama "Acho que entrou aqui alguém!", perante os olhares surpresos e exclamações admiradas dos seus amigos. "E esse alguém... tinha 2 pernas!", quase griou o Desportista Ridicularmente Estúpido, ao ver que não eram 1, mas sim 2 pegadas. Oh, o frenesim que se iniciou naquela altura! Foi só quando perceberam que eram as pegadas do Pãozinho Sem Sal Hiperactivo, que descansaram, e se sentaram, prontos para escreverem as suas cartas ao Pai Natal. "Mais um mistério..." começou a gémea, hum, tanto faz, foi uma delas. "... resolvido!" finalizou a outra gémea. "Bem, que tal escrevermos só uma carta?" perguntou o Cromo Ridicularmente Esperto. "Boa ideia!" concordaram todos os outros em uníssono.

"Querido Pai Natal, este ano gostávamos muito de paz no mundo, e de aceitação pela parte dos professores, oh Isabel, estás maluca? Isso é na tua carta! Ah, oh que caraças, Ana, estragaste isto tudo, agora já não podemos mudar! Disfarça, Isabel, disfarça! Estávamos só a brincar, Pai Natal, nós os 5 queremos só a paz no mundo!"

[post devolvido ao dono]

Oh por amor ao Preguiçoso Supremo...

quinta-feira, dezembro 17

Que achas deste perfume?


Nunca dá bom resultado entrar numa perfumaria. A não ser que sejamos raparigas, mulheres, meninas ou um qualquer derivado dessa estranha espécie a que chamam "sexo feminino". Eu não sou, e como tal, sei o pesadelo que podem ser as perfumarias.

Especialmente se lá entrarem com raparigas. "Então, não achas este perfume mais doce que o outro?", ou "Ai, este é tão forte, credo!", são exemplos típicos de frases ditas por gajas (generalizemos, vá), numa perfumaria. E nós, o "sexo masculino", respondemos "Sim, sim, tens razão.", mas pensamos, obviamente "Doce? Huh?", e "Forte? O quê?".

A sério, não vale a pena. Os narizes dos homens no geral são como os olhos dos árbitros. Estão ambos lá, e funcionam, só que há uma certa predisposição para nos esquecermos de como os usar correctamente, e até uma certa preguiça para o fazermos.

terça-feira, dezembro 15

Turno da Noite



Uma espectacular mini-série de animação, com 8 episódios, simplesmente genial. A animação, as vozes, a música, o argumento... tudo simplesmente espectacular. E sim, já passou na televisão... na RTP, às 5 da manhã!

Como simplesmente adorei esta mini-série, que me foi sugerida pela Beky, do blog Dias Soltos, decidi-me a, tal como ela, divulgar a série, para estas coisas não aconteçam, e tenhamos séries de qualidade (ainda por cima é portuguesa!) a passar em horários decentes!

sábado, dezembro 12

Indecente! Indecente!

A situação é simples. A Coca-Cola promoveu um concurso, "Escrita em Dia", que, curiosamente, engloba uma componente de escrita, e uma componente de curtas. O primeiro prémio é, no caso da escrita, nada mais nada menos, do que um workshop de escrita criativa, e 500 euros em livros. Ao ver isto, o meu coração falhou uma batida, e toca lá a concorrer.

Primeira coisa a fazer, é ir ver o regulamento:

Ora bem, limite de caracteres: máximo de 2500; assinar com pseudónimo; escrever em Arial 11, com espaçamento de 1,5 entre as linhas, e as páginas enumeradas sequencialmente; enviar o trabalho em PDF, Word, ou ZIP.

Check, check, check, check. E enviei este: Pássaro de Papel.

Mostrei a várias pessoas, e as críticas foram todas boas, por isso tinha algumas esperanças. Mas não, não cheguei aos 10 finalistas. Deprimido, vou espreitar os outros finalistas. Depois de me deparar com erros ortográficos e autênticas facadas gramaticais (Indecente! Indecente!), vejo um texto que me parece demasiado grande. Curioso, copio-o para o Word, e oh! Desgraça minha, tem 4000 caracteres! Quase o dobro do limite! Verifiquei os outros textos, e cheguei à conclusão que pelo menos metade deles ultrapassa o limite de caracteres. Chateado, mandei-lhes um e-mail:

"Bom dia.

Eu participei no concurso Escrita em Dia, e não cheguei aos finalistas, mas estive a espreitar os ditos finalistas, e há alguns que não cumprem o regulamento, pois ultrapassam o limite de caracteres por muito, já para não falar dos erros ortográficos e gramaticais. Não será isto indecente?

Rui Bastos"

A resposta até que nem demorou muito:

"Caro Rui,

O número de trabalhos que respeitavam a regra estabelecida no regulamento quanto ao número de caracteres (2.500) eram muito poucos.

Por isso, no decorrer do período de inscrições, e de forma a não excluir um número tão elevado de trabalhos, comunicámos no blogue do concurso e aos participantes que nos comunicaram por e-mail, que aceitávamos trabalhos até 1 página.

Mesmo assim tivemos que excluir vários trabalhos.

Esta foi a primeira edição do concurso e temos presente a necessidade de melhorar alguns aspectos.

Obrigada pela compreensão e por ter participado.

Concurso Nacional de Imaginação e Criatividade - Escrita em Dia"


E a minha resposta:


"Bem, o meu ocupava uma página A4, e tinha mais ou menos 2500 caracteres, não sei como é que conseguiram meter 4000 e tal caracteres numa página... A não ser que não tenham cumprido nenhum ponto do regulamento, o que é interessante, no mínimo.

Obrigado pela resposta, e espero que estes aspectos melhorem se houver algum próximo concurso.

Rui Bastos"

Ora, mas isto é verdade. Acreditem eu testei, o tal texto dos 4000 caracteres ocupa, bem formatado, de acordo com o regulamento, quase 3 páginas. Para o meter a todo numa página, tive que meter a letra a 9 (em vez de 12, como dizia o regulamento), o espaçamento entre linhas ficou de 1 (em vez de 1,5, como dizia o regulamento), e só assim couberam os 4000 e tal caracteres (em vez dos 2500, como dizia o regulamento) numa só página. Indecente! Indecente!

Pergunto-me agora, para quê um regulamento? Andei eu a alterar o meu texto, para que ficasse dentro do limite, talvez piorando assim a sua qualidade, mas tudo isso em prol do cumprimento das regras, e há concorrentes que não seguem o regulamento (e talvez mesmo), não sigam absolutamente nenhum ponto do regulamento, e passam? Indecente! Indecente! Isto só prova como o concurso foi mal feito, já para não falar do júri, constituído por uma única pessoa, e é do senso comum que um júri só de uma pessoa não faz muito sentido.

Gostava de realçar que não estou a atacar o júri, o escritor José Luís Peixoto, os finalistas, que têm todos muita qualidade, e não estou, muito menos, a tentar dar cabo disto por puro mau perder. Não, nada disso. Estou mesmo a atacar a companhia que promoveu o concurso, por me sentir injustiçado. Deixam-me a perguntar: para que fizeram o regulamento? É óbvio que não foi com o objectivo de ser cumprido...

Indecente! Indecente!



segunda-feira, dezembro 7

2012

"2012 vai ter 12 meses."

OH MEU DEUS! OH MEU DEUS!

Não, isso é normal.

"Em 2012 vamos todos ser 3 anos mais velhos."

OH MEU DEUS! OH MEU DEUS!

Não, também não é isso.

"2012 vai começar no dia 1 de Janeiro."

OH MEU DEUS! OH MEU D... ok, chega, também não é isso caraças, podemos avançar com isto?!?

"Em 2012 vai acabar o mundo."

Ah pronto, já chegámos a algum lado. Calma... OH MEU DEUS! OH MEU DEUS! Mas afinal o que se passa? É aquela história do 'ai ai nossa senhora que o mundo vai acabar, disseram os Maias, e disse a NASA, e dizem os sites todos da internet, e disse o filme, ai nossa senhora, ai ai ai ai!'? É isso?

Oh, por favor... O mundo não acabava também em 2000? Só se eu não dei por ela. 9 anos depois, e ainda cá ando. Eu e os outros ziliões de habitantes deste calhau azul. Ora se o "fim do mundo" é algo tão imenso, poderoso, catastrófico e insignificante, que nem 1 único habitante entre vários ziliões dá conta...

Venha o próximo!

terça-feira, dezembro 1

O Pássaro de Papel

Tudo começou com um simples quadrado de papel e vontade de criar. Com meia dúzia de dobras se fez um pássaro, que foi observado com satisfação, e largado algures passados alguns segundos. Com meia dúzia de estremecimentos, o pássaro levantou voo, desajeitadamente, tornando-se mais seguro e confiante a cada momento.

Durante algum tempo, contentou-se em esvoaçar por aqui e por ali, mas quando o seu criador reapareceu, ele poisou, delicadamente, perto dele. O criador nem reparou que ele não estava onde o tinha deixado e começou, instantaneamente, a dobrar outra folha.

O pássaro percebeu. Era descartável. A facilidade com que o seu criador o tinha feito era aplicável a qualquer altura, deixando o criador com liberdade para fazer quantos pássaros quisesse, tornando assim, cada um deles, insignificante.

Angustiado, o pássaro levantou novamente voo, de forma silenciosa, fugindo do seu criador, por uma janela. O ar frio embateu no pássaro, sem no entanto o afectar muito, ou não fosse ele feito de papel. Deixou-se levar pelas correntes de ar, que o elevaram cada vez mais nos céus, até que a certa altura vislumbrou algo a passar perto dele.

Recompôs-se, ganhou novamente o controlo do seu voo, reparando que não estava sozinho. Os céus estavam repletos de manchas que se moviam rapidamente em todas as direcções. Só quando conseguiu voar ao lado de uma delas, durante algum tempo, é que compreendeu.

Eram pássaros, tal como ele, mas de carne e osso, que ao contrário dele nasceram livres e não foram feitos com meia dúzia de dobras. Deixou de se sentir insignificante, para passar a sentir-se diferente e especial. Percebeu como o seu criador, apesar de toda a facilidade, tinha feito algo realmente extraordinário.

Criara-o. Não, não o tinha feito livre, e sim, podia fazer vários iguais a ele a qualquer momento, mas tinha-o criado. Num acesso de energia, voou rapidamente para a janela de onde tinha saído, mas antes de lá chegar sentiu que algo não estava bem. Os seus movimentos começavam a tornar-se mais rígidos e o seu voo desajeitado.

Era a sua vida, que se esvaía. Bateu as asas, o mais rapidamente possível, e chegou ao parapeito da janela a tempo de ver a cara sorridente do seu criador a contemplar um novo pássaro. Caiu, mais do que poisou, nesse mesmo parapeito, e ficou sem vida. O criador largou o seu novo pássaro, olhou para a janela, e viu o primeiro que tinha criado. Sorriu, aliviado, exclamando:

- Ah! Estás aí! Pensei que te tinha perdido!

domingo, novembro 29

O Dia do "Suízo" Final

Num centro de operações algures no Médio Oriente, uma luzinha correspondente à Suíça acabou de se acender...

sábado, novembro 28

Crimes Contra a Humanidade [7]

Não diria que as piadas secas são propriamente um crime, diria antes que estão um bocado numa zona cinzenta. Existem as boas piadas, como "Ouvi dizer que o Sporting ainda tinha boas hipóteses de ser campeão este ano!", existem as más piadas, como "Será que agora que o Barack Obama é presidente, a Casa Branca tem que mudar de nome? Hum, hum, perceberam? A casa é branca, e ele não é, hã, que tal, hum hum?".

Como deu para ver, uma boa piada é aquela que nos faz rir, que apresenta uma situação engraçada, e uma má piada é aquele em que temos que explicar a piada ao ouvinte. Entre estas duas, temos as piadas secas. Por vezes requerem explicação, nunca fazem qualquer sentido (mas é que nunca, mesmo), e quase sempre nos metem a rir às gargalhadas.

Eu próprio recorro muitas vezes a estas piadas secas, são extremamente úteis, simples, curtas e fáceis de decorar, e são quase intuitivas. Mas, lá está, são secas. Exemplo: "O que é uma loira, no meio de duas morenas? Uma quebra de raciocínio!". É seca e mázinha. Mas ainda há piores!

"Qual é que a semelhança entre um canguru e um tijolo? Ambos saltam, menos o tijolo!" ; "Iam dois elefantes a andar na rua, um caiu, o outro chamava-se António!" ; "Como é que vou escrever a composição? Com os dedos, de preferência"; entre outras, são bons exemplos de piadas secas, parvas, muito parvas, e que (sei por experiência própria) fazem rir muita gente à gargalhada, sem fazerem a mais pequena pinga de sentido.

Mas as piadas secas têm uma vantagem em relação às outras. São as únicas piadas das quais nos rimos, depois de nós próprios as dizermos! São tão intuitivas e instantâneas, que só nos apercebemos delas, depois de as dizermos! É por isso que as piadas secas são as que mais existem.

Por isso, e porque chove pouco.

quarta-feira, novembro 25

Para ler no fim: Eu sei!

Hoje choveu. E não foi assim tão pouco quanto isso. E eu não gosto de chuva. E muito menos de me molhar. Como deve ser fácil de imaginar, hoje foi daqueles dias em que andar na rua foi algo extremamente desagradável.

Para ajudar à festa, ainda tive que andar de metro, a uma determinada hora em que aquilo estava a abarrotar. E eu não gosto de multidões.

Eu sei que parece que a culpa é minha, eu é que não gosto de muita coisa, mas a verdade é que todos nós temos ódios de estimação, eu tenho o azar de ter uns que facilmente acontecem ao mesmo tempo.

Mas... mas... mas... houve algo que me fez rir interiormente o suficiente para ganhar o dia... Sabem qual é a sensação de ver um maluco a caminhar rua abaixo com a braguilha aberta, e algo a espreitar cá para fora, que não deveria estar cá para fora de maneira nenhuma!?!?!?

domingo, novembro 22

Sportinguistas Anónimos

O Zé Manel olhou para a porta, e leu as iniciais "S. A.". Estava no sítio certo. Entrou, cabisbaixo, e olhou para o grupo de pessoas que lá estavam sentadas. Quase todas tinham exactamente o mesmo olhar perdido e eludido do Zé Manel. As excepções eram aquele que parecia ser o monitor do grupo, e um indivíduo que se mantinha de mãos nos bolsos, com um cachecol verde ao pescoço, e cujos olhos ainda brilhavam de fúria futebolística.

Recebendo um aceno de cabeça de todos os membros do grupo, o Zé Manel dirigiu-se lentamente para uma das cadeiras vazias, e sentou-se, com a cabeça escondida pelas mãos, em vergonha.

- Não tenhas vergonha, meu filho... - disse uma senhora com um olhar simpático, ainda que triste, que estava sentada ao lado do Zé Manel, e que lhe pousou a mão no ombro - Já todos estivemos assim...

- Eu não. - rosnou o indivíduo do cachecol.

Como resposta, o indivíduo do cachecol recebeu olhares reprovadores da parte de todo o grupo, aos quais se limitou a revirar os olhos, e a cruzar os braços. Encorajada pelo monitor do grupo, o Zé Manel levantou-se, com as mãos nos bolsos e, depois de soltar um longo suspiro, e de limpar uma lágrima solitária no canto do olho, disse:

- Olá, eu sou o Zé Manel...

- Olá Zé Manel! - respondeu todo o grupo em uníssono.

- E... Bem, e sou sportinguista.

O grupo permaneceu em silêncio, esperando pela história do Zé Manel. E o Zé Manel permaneceu em silêncio, esperando que alguém lhe pedisse para contar a sua história. Depois de 10 longos minutos de olhares fixos e constrangedores, o Zé Manel sentou-se. O monitor olhou para ele, com pena, e pensou: "Coitado... Ainda deve estar a pensar no Paulo Bento...".

Foi então que, de repente, o indivíduo do cachecol saltou da sua cadeira, abrindo o casaco, para revelar uma camisola às riscas verdes e brancas, e começou a gritar:

- SPORTING! SPORTING! SPORTING!

O monitor do grupo levantou-se imediatamente, e aproximou-se dele, tentando acalmá-lo.

- Esquece. Não vale a pena... Eu já ultrapassei esse problema, mudei para o Benfica. E agora já posso sonhar em ser campeão. Aliás, não só sonhar, como ser campeão! Chega de estar abraçado a causas perdidas, como os avançados mais baixos que a bola, ou os reforços que se mandam vir quase exclusivamente das camadas jovens!

O resto do grupo levantou-se, solenemente, enquanto o indivíduo do cachecol se acalmava. O Zé Manel observava tudo aquilo, perplexo, e constrangido. Sentia que tinha encontrado os seus iguais. Gente como ele, que se continuava a iludir, e a pensar que o Sporting era um clube a sério. "Chega", pensou ele. De um pulo pôs-se em cima da cadeira, e gritou:

- BENFIIIIIIIIIIIICA!

Todo o grupo aplaudiu, incluindo o indivíduo do cachecol, com lágrimas nos olhos. O Zé Manel era novamente um homem feliz.

Leopoldina

A única ave... que também é um mamífero.

quinta-feira, novembro 19

Obrigado!

Bem... estamos no Mundial. Gostava de agradecer à Bósnia, por ter tido o bom-senso de não nos humilhar, como poderia ter feito. E gostaria de repreender o adepto da Bósnia que acertou no árbitro... Tinhas feito muito melhor se tivesses acertado no Queiroz, não achas?

terça-feira, novembro 17

Coisas que me enervam

A lista é grande, mas eu vou tentar reduzi-la a três ou quatro.

Manteiga. Barrar manteiga, para ser mais preciso. A manteiga está no frigorífico, logo está dura, e o pão é mole, não oferece resistência. Conclusão: acabo sempre com a manteiga aos pedaços no pão. Ora isto é extremamente aborrecido, porque não temos a satisfação pessoal de objectivo cumprido. Não, a manteiga não nos dá isso. A manteiga dá-nos isto: "só te lembraste agora de vir comer, lixas-te, não me puseste cá fora um bocadito, comes-me aos pedaços".

Blogs/sites com música automática. Imaginem o seguinte cenário. Chegaram a casa, sentaram-se em frente ao computador, e ligaram a vossa musiquinha, e toca a ir ver coisas na net. Abrem um blog, e pimba, apanham com um Tokyo Hotel de fundo. Não obrigado. Música no blog? Fixe, mas que me dêem a opção de a pôr a tocar ou não, ok?

Mau português. A sério. Eu até percebo, quando me mandam uma sms, e escrevem coisas tipo "trb" em vez de "trabalho" epah, percebe-se, e é para encurtar a coisa e não sei o quê. Agora quando me mostram coisas tipo "karro" em vez de "carro"... Por amor do Santo Garfield, isto é alguma coisa? Não abrevia absolutamente NADA, e apenas estupidifica a coisa. Já para não falar em erros que não fazem de propósito...

Francês. "Oh bonjour!", "Mon Dieu!", "Le français est idiot!". Epá, não dá, não consigo. É uma língua demasiado cantada, demasiado... amaricada. Cada vez que me lembro do meu teste oral de francês, em que se ouve uma voz muita masculina, a dar a ideia de um tipo muita masculino, a dizer "Je m'appelle Fifi!". Enfim...

segunda-feira, novembro 16

Faz algum sentido...

O Sporting foi buscar para treinador, o gajo que treinava o Vitória de Setúbal, quando este ganhou a Taça da Liga... ao Sporting.

É o chamado "recrutar aqueles que nos vencem, para que eles não nos vençam". Se bem que é capaz de ser má ideia, porque no final do ano devem ter que recrutar metade da Liga Portuguesa de Futebol.

sexta-feira, novembro 13

Parascavedecatriafobia

Ou então frigatriscaidecafobia. Ambos estes nomes designam o medo da Sexta-Feira 13.

Mas agora a sério, o pessoal que inventa estes nomes... gosta é de gozar com o pessoal, não é?

quinta-feira, novembro 12

Crimes Contra a Humanidade [6]

Já todos nós trabalhámos com computadores. Seja para jogar, para trabalhar, para fazer o que quer que seja. Mas já todos os fizemos. Como tal, suponho que devem ser familiares com aquela espécie "computadorus lentus".

Pensem assim, um bom computador é como o Lucky Luke, mais rápido que a sua própria sombra (passe o problema da sombra do computador não se mexer muito...)

Um computador mediano é como o Obikwelu. Nos primeiros tempos tem um speed doido, mas passado algum tempo, já está bom para a reforma.

Um mau computador é como os Morangos com Açúcar. Há uns anos era bom, agora é lixo sobrevalorizado.

Chegamos, por fim ao "computadorus lentus". Estes computadores são uma espécie de autocarros da rodoviária. Lentos, nunca funcionam como deve ser quando mais precisamos, toda a gente já usou, toda a gente conhece alguém que usa regularmente, e quanto mais cheios, mais vontade nós temos de desatar ao murro.

Um autêntico crime contra a humanidade. Eu cá uso um computador que é como o Benfica deste ano. Bom, muito bom, mas de vez em quando lá tem as suas pancas, e vai ao ar. Ora quando sou forçado a usar um "computadorus lentus", parece que regressei à Idade Média. Ter que esperar meia hora para que o computador inicie, uns bons 5 mins para que abra um programa, e bloqueios constantes?

Não obrigado.

terça-feira, novembro 10

A autora tentou ter alguns, mas pronto...

Depois de Pride and Prejudice and Zombies, e um Sense and Sensibility and Sea Monsters, porque não um Twilight e... aqueles monstros, como é que se chamam? Hum... bebem sangue humano, irrompem em chamas quando expostos ao sol... hum... vampiros, é isso!

domingo, novembro 8

Chacarron Macarron


A letra deve ter sido escrita por um gato a passear no teclado.

sábado, novembro 7

Labrego: A Fonética e a Escrita

Primeira grande regra do Labrego: Escrever como se fala. Isto faz com que praticamente cada falante tenha o seu próprio dialecto, o que complica a generalização, mas eu vou tentar.

Esta relação entre a fonética e a escrita, é mais acentuada em regiões com sotaques mais acentuados, como no Norte, nas Ilhas, e afins. Porquê? Ora, se durante toda a vida dizem "baca" em vez de "vaca", antes mesmo de aprenderem a escrever, é normal que depois saia "baca". Como já devem ter reparado, isto acontece mais com a troca do "v" pelo "b", mas há outros casos... hilariantes, como a troca do "ç" por "ss", e vice-versa, dando origem a "messa" em vez de "meça", e de "maça" em vez de "massa".

E como deixar de fora a invenção de letras onde elas não existem? Pensem na palavra "frente". Se tivermos uma boa dicção, e a dissermos como deve ser, tudo bem. Agora digam-na lá devagar. O "f" lê-se "fe", e lido devagar, sai, ou quase que sai, um "ferente". E já agora, a supressão de letras: "experimentar", muitas vezes transforma-se em "exprimentar".

Para acabar em grande, falemos nos estrangeirismos. Toda a gente sabe o que é uma "t-shirt". Só que é uma palavra inglesa lá está. E a população portuguesa, na sua grande maioria, nomes estrangeiros só acerta o dos jogadores de futebol. Em labrego, "t-shirt" costuma ficar "ticherte". E nomes de marcas e empresas ainda pior, porque têm várias grafias e pronúncias. "MacDonald's", tanto pode ser "MaqueDonaldes" ou "MaqueDonaldas", e o famoso Freeport, desde "Fripór" a "Fripér".

Agora experimentem pedir a um falante de Labrego para escrever "Arnold Schwarzenegger"...

terça-feira, novembro 3

No país mais descascado...


... é estranho não gostarem de ver alguém pelado.

sábado, outubro 31

Pobre Barack

Ainda não tinha pensado nisto, mas nunca a Casa Branca me pareceu tão mal nomeada como agora.

quarta-feira, outubro 28

Ai trocas?

Benfica: A causa número 1 dos divórcios em Portugal.

domingo, outubro 25

Será Alzheimer, outra vez?

É que eu já nem sei se estou no continente ou nos Açores!

sábado, outubro 24

Labrego: Introdução

O Labrego. A língua oficialmente não-oficial de Portugal. Todos sabemos que em Portugal se fala Português, faz sentido. Também se fala Mirandês, mas é uma minoria. Aquilo que todos sabemos, mas não nos apercebemos, é que existe uma terceira língua, falada por 90% da população portuguesa no dia-a-dia. É o Labrego.

Esta língua oficialmente não-oficial, é, basicamente, constituída por uma série de deturpações (no melhor sentido, claro está) da nossa língua original. Mistura-se algumas coisas novas de outras línguas, vai-se buscar uma pitada de português antigo, e junta-se-lhe uma grande dose de absurdo, e pimba, temos o Labrego.

Ora, o que é que é preciso saber sobre o Labrego... Antes de mais, que facilmente se confunde com o Português, pois em grande parte, o Labrego não passa de uma série de erros em Português. Que todo aquele que fala Português, consegue perceber a maioria do Labrego, e que todo aquele que fala Labrego, não conhece o Português. Ou se conhece pensa que é algum partido pequeno e obscuro.

Bem, eu vou ensinando algumas coisas de Labrego, para aqueles que gostam de estudar línguas, para aqueles que têm curiosidade em conhecer aquilo que já conhecem mas não reparam, ou para aqueles que gostam de gozar com as coisas. É o meu caso, ficam já a saber.

O título fica em suspensório...

Qual é que é a peça de vestuário preferida dos escritores de policiais?

Os suspenseórios.

sexta-feira, outubro 23

Eu também prevejo o futuro!

Nem me vou esforçar muito. Só pergunto como é que nunca vemos uma notícia do género,"Famoso Vidente ganha o Euromilhões!"? Ou simplesmente, porque raio é que vemos tantos videntes a ganhar dinheiro em feiras e afins? Não era mais fácil ganharem uma qualquer lotaria? Ou simplesmente adivinharem onde é que o pessoal esconde o dinheiro?

Ainda hoje veio uma notícia no jornal, a dizer que "um famoso vidente foi morto à pancada". Ora, famoso vidente, faz famosas adivinhações, suponho eu. Adivinhações essas que contemplam o futuro, pois adivinhar o passado é algo não muito complicado. Ora, se adivinha o futuro, não teria conseguido adivinhar que lhe iam bater, e conseguido escapar-se?

O problema é que os adivinhos fazem adivinhas muito vagas. Do género "Eu prevejo que em Dezembro vai chover!", o que é extremamente óbvio, mas como é dito com um ar solene, passa despercebido. É como dizer que o Benfica vai ser campeão este ano, não é preciso adivinhar o futuro, basta ter dois dedos de testa.

É que se for só isto, eu também posso adivinhar o futuro. Querem ver? Prevejo que amanhã será o dia da semana que normalmente vem a seguir ao dia de hoje! Prevejo que o Natal ocorrerá algures em Dezembro! Prevejo que ainda vão aparecer mais cromos nos Ídolos! Prevejo que vou fazer outra previsão! Prevejo que esta é a minha última previsão!

Ora lá está. Estou, ou não estou a adivinhar o futuro?

P.S. - Obrigado Sr. Rafael, pela ideia para este post!