quarta-feira, julho 14
domingo, julho 11
Texto Aliterativo [2]
"Ele esteve, está e estará enjaulado. Eternamente. Era essencial existir e, embora essa existência escabrosa escapasse, ele, enrolado, evitava esse escape. Essa existência estava escrita, escrita em esmeralda. E ele espreitava, essas escapatórias. Ergueu-se e espalhou esperança. Esperou. E esperou. E esperou. Eternamente. Ele estava, está e estará enjaulado e esperançoso."
sábado, julho 10
Lipograma [1]
"Escrever sem este pequeno constituinte do português é difícil, se bem que só se quisermos escrever textos longos."
sexta-feira, julho 9
O Que São Lipogramas?
"Lipogramas são textos (ou frases), em que não se usa uma letra. Pessoalmente acho que fazer um lipograma sem usar o "z", é um bocado fácil demais, por isso brincarei apenas com as vogais.
O escritor francês George Perec, membro da OuLiPo, escreveu todo um livro em francês sem usar a letra "e": La disparition.
Esta imagem servirá de imagem para os lipogramas, e faltar-lhe-á, a letra que for suprimida no lipograma."
quinta-feira, julho 8
Texto Aliterativo [1]
"Ana acordou, assustada. A arma, assombrosa, à antiga, açoitava-lhe a alma, atordoava-lha. Acossada, alterou-se, aluou-se, alucinou. Alvoroçada, anunciou: "Antigamente ancorava-se a amizade, agora amigas atacam amigas!". Andreia, andando, ameaçou-a: "A arma? Abro a amónia? Ambas?". Andorinhas apareceram. Atracaram, apáticas, até atacarem Andreia, ariscamente. Aprovando, Ana acomodou-se, aparentando asco ante a amiga. Assistindo ao anoitecer, adormeceu."
quarta-feira, julho 7
O Que São Textos Aliterativos?
"Basicamente, são textos em que se repete a mesma letra (ou conjunto de letras), no início de todas as palavras do texto, formando uma espécie de padrão. Daí o fractal, como imagem dos textos aliterativos, pois o fractal não é nada mais do que uma repetição da mesma forma.
A aliteração é normalmente usada em poemas, e não é apenas a repetição de letras, mas sim de sons, como se pode ver nesta estrofe de Fernando Pessoa:
Em horas inda louras, lindas
Clorindas e Belindas, brandas
Brincam nos tempos das Berlindas
As vindas vendo das varandas.
Para um exemplo mais quotidiano, temos os trava-línguas, como este:
Padre Pedro prega pregos, prega pregos Padre Pedro.
Para facilitar a vida, na imagem do post (o fractal), virá a letra que se irá repetir, e depois, claro, é esperar que eu consiga escrever algo com um mínimo de sentido!"
terça-feira, julho 6
segunda-feira, julho 5
O Que São Palíndromos?
"Palíndromos são palavras o frases que tanto podem ser lidos da esquerda para a direita, como da direita para a esquerda, mantendo o mesmo significado em ambas as formas.
Provavelmente o exemplo mais conhecido em português (ainda que do Brasil), é, provavelmente:
Socorram-me, subi no ônibus em Marrocos.
Com jeitinho, consegue-se ler das duas maneiras, tal e qual, mantendo o mesmo sentido. Neste tipo de construção literária, costumam-se ignorar os sinais ortográficos, como acentos e pontuação, e também os espaços entre as palavras.
Outros exemplos são também bem conhecidos, no entanto: Ana, ovo, osso, por exemplo, são palíndromos de uma só palavra.
O quadrado da imagem, é o Quadrado Sator. 5 palavras posicionadas em quadrado, de forma a que se possam ler da esquerda para a direita, da direita para a esquerda, de cima para baixo, ou de baixo para cima, com a palavra TENET, a formar, no meio, uma cruz. Esta engenhosa brincadeira literária remonta já há vários séculos, sendo provavelmente o mais antigo palíndromo conhecido, e será agora a imagem de todos os meus posts com palíndromos!"
domingo, julho 4
OuLiPo
"OuLiPo é a sigla para Ouvroir de Littérature Potentiel, que se traduz por qualquer coisa deste género: oficina de literatura em potencial. É o nome de um grupo, ou melhor, corrente literária, formada por escritores e matemáticos (bando de malucos/génios, como eu lhes chamo), cujo objectivo era a libertação de literatura, através de constrangimentos literários.
Surgiu em França, em 1960, e tem como principais autores Raymond Queneau, François Le Lionnais, Italo Calvino e Georges Perec, entre muitos outros.
Ora, e o que são exactamente estes constrangimentos literários? Bem, para dizer a verdade, provavelmente todos sabemos, só não pensamos nisso. Quando num teste de português me pedem um texto com mais de 200 palavras e menos de 300, isso é um constrangimento literário; quando se escrevem sonetos, que têm que ter, obrigatoriamente 14 versos, isso é um constrangimento literário. Percebem a ideia? São restrições. Claro que as propostas e usadas por este grupo são muito mais... engenhosas.
Como por exemplo, escrever sem usar uma letra (lipogramas). Georges Perec, por exemplo, escreveu um livro inteiro, La Disparition, sem usar a letra "e", a letra mais usada na língua francesa. Há mais, depois falarei disso, mas pronto, a ideia é esta."
sábado, julho 3
Escrita Constrangida
"O mais complicado destas coisas é sempre começar. E eu sei bem isto, já tenho mais 3 blogs. Mas este é especial... Eu sempre gostei muito de escrever, e já andava há uns tempos para criar um blog de escrita, mas nunca arranjei motivação suficiente para isso, pois os outros blogs davam bem conta do assunto.
Ora não é que hoje me deparo com algo muito interessante? Escrita Constrangida. Um bando de malucos/génios, criou, há uns anos, um grupo de escrita, chamado OuLiPo, em que basicamente se dedicavam a escrever, mas com algumas constrições, como só usar uma vogal, não usar um determinado tipo de vogal, entre muitas outras coisas. É escrever com algumas restrições, ao estilo de desafios literários.
É também uma forma de exercitar a minha, vá, veia literária. Não é propriamente grande coisa, mas eu gosto destas coisas, e preciso de treinar e desenvolver. Antes de publicar o que quer que seja, publicarei um post antes a falar sobre o constrangimento literário que irei utilizar. Mas só da primeira vez, para as próximas deixarei um link permanente na barra lateral, para o post que explica o que são. Desejem-me sorte!"
Foi assim que comecei o meu mais recente blog, "Escrita Constrangida", e alguns meses depois... Não estou satisfeito. Não tenho nem a habilidade nem a paciência (e por vezes, nem o tempo), para manter um fluxo contínuo de posts neste blog. Como tal, vou eliminá-lo. Passarei para este as coisas que já lá publiquei, e depois apago-o. Se por acaso, algum dia, me der na cabeça, escrever qualquer coisa deste género... virá para este blog.
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