quinta-feira, junho 10

Estudar


Vou começar, primeiro que tudo, por vos dizer uma maneira de saberem se estou/estive a estudar/trabalhar. Olhem-me para as mãos. Se estiverem cheias de riscos, é porque é a reposta é sim.

E não me perguntem porque é que é assim, que eu não sei. Só sei que quando estudo, ou escrevo à mão, com canetas, fico sempre com as mãos às cores. Não sei se tenho mãos desastradas, se sou simplesmente uma pessoa com pouco jeito para enfiar as tampas nas canetas, ou o quê, mas sei que fico sempre com as mãos sujas.

Agora perguntem-me o que é estudar. Não, não é como é que eu estudo, que eu sou um gajo estranho... perguntem-me o que é estudar.

É que eu tenho que dizer isto. Há anos e anos que ando na escola (11, para ser mais preciso), e nunca estudei mais do que 10 páginas seguidas durante os primeiros 9 anos. E safei-me bem. Mas prometi que quando chegasse ao Secundário, iria começar a estudar. Assim o fiz. Mas quando olho para alguns colegas e amigos meus, vejo gente que também nunca estudou nada de jeito no Básico, e se foi safando (mais, ou menos bem), chega Secundário, e começa a estudar, tal como eu.

Tudo nice. Aquilo que me faz confusão é ver como esse mesmo pessoal estuda. Cheguei à conclusão que existem 3 métodos: o upload intensivo, que é estudar a matéria toda, no dia anterior ao teste, pela noite dentro; o EXERCISE!, que implica fazer exercícios atrás de exercícios, mais especificamente, copiando de quem já tenha feito; e o método tabuada, que implica decorar as coisas.

O upload intensivo é o método dos preguiçosos. Não fazem nada durante o ano todo, e de repente, no dia anterior a um teste, são as pessoas mais preocupadas e estudiosas do planeta. Leva, normalmente a notas entre o 3 e o 12. O EXERCISE! é um erro tremendo, pois fazem exercícios, associando um exercício a uma matéria, muitas vezes copiando, sem perceberem bem o que se fez. Isso faz com que se no teste aparece um exercício que nunca tenham visto, é o descalabro. Resulta, na maior parte das vezes, a notas entre o 6 e o 14. Por fim, temos o método tabuada, que é o decoranço puro, técnica elementar e primitiva, proveniente dos antigos tempos do Básico. Decoram-se páginas e páginas de informação, chega-se ao teste e não se sabe o que se fazer com a informação, por isso despeja-se tudo, em todas as perguntas. Como quem usa este método mais intensivamente, costuma ser gente que até tem meio palmo de testa, as notas variam entre o 8 e o 16.

Não está mau, diga-se. Há sempre a hipótese de se ter positiva, e no caso do método da tabuada, positivas relativamente altas. Mas digo-vos já que nada disto serve. Estão a ter boas notas, não estão a aprender. Quando se estuda tem que se estudar a matéria, sem aprender a matéria. Tem que se aprender o raciocínio por trás da matéria. Claro que isto para as Artes é mentira, mas eu sou de Ciências. Nas Ciência é isso que interessa, o raciocínio, a lógica. Muitas matérias até são iguais, só mudando os nomes. É isso que é importante, desenvolver esse raciocínio.

Estudem para aprender. Não tornem as notas o objectivo, apenas um efeito secundário.

2 comentários:

Alice Matou-se disse...

Uau :D foi-me um post útil.

e é com este mesmo post que chegámos ao 200º correcto?

Rui Bastos disse...

Ainda bem ^^

Actually, é o 300º :p