Filosofia. Entre as 8h15 e as 9h45 da manhã. Não é apenas crime, é simplesmente errado. Alguém me explica o que raio me interessa, às 9 da manhã, que o Aristóteles fosse a favor da existência do Estado? Ou que o John Locke visse as leis como uma medida preventiva contra aqueles que não tivessem educação cívica? NADA! Quer dizer, eu também penso que se nos refeitórios das escolas se pudesse optar entre carne e peixe, toda a sociedade funcionava melhor, mas eu não ando para aí a chatear adolescentes meio adormecidos com isso, pois não?
Bem me parecia. Quer dizer, não é que eu não goste de Filosofia. Apenas não gosto quando ela interrompe a minha fase zombie-acabadinho-de-acordar-pós-sono. Ainda estou a pensar no bem que me soube o pequeno-almoço, e já tenho um stôr a perguntar-me 'E o que é que Kant chamava de imperativo categórico? E como já devias ter visto, como é que relacionamos isso com os três tipos de acções que Kant defendeu?'
Claro que a mim, tão cedo, isto me soa qualquer coisa do género 'E bla bla bla Kant bla bla bla bla? E bla bla devias ter visto, bla bla bla bla os três bla bla bla que Kant defendeu.' Como é óbvio, fico assim um bocado estremunhado a olhar para o homem e a pensar 'Mas que raio... Numa aula de Filosofia, este gajo vem-me praqui falar de futebol?!?' Acabo por dizer 'Podia repetir a pergunta se faz favor?', o stôr dá-me um ligeiro sermão por causa da minha desatenção, e nesse momento, a voz dele fica difusa, e só percebo bla bla bla bla bla bla.
Por isso, a culpa das más prestações dos alunos a Filosofia, deve-se, única e exclusivamente, aos (pouco) inteligentes que a puseram tão cedo.
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