segunda-feira, março 30

Puro Nonsense

Nunca percebi isto do nonsense. O primeiro contacto com esta palavra foi no 7º ano, quando me pediram para fazer limericks. Como devem estar a fazer neste momento, também eu perguntei: "O que raio é um limerick?".

A resposta foi: "São cinco versos, em que o 1º rima com o 2º, o 3º com o 4º, e o 5º com o 1º e 2º, escritos em total nonsense". Mais uma vez, do alto da minha ignorância de 7º ano: "O que raio é o nonsense?". Desta vez a resposta foi mais elaborada: "É algo que não faz sentido." Ok, talvez não tenha sido assim muito elaborada, mas foi, digamos, complicada de perceber. Como é que me podiam estar a pedir para escrever alguma coisa que não faz sentido? Isso ia contra tudo o que tinha aprendido até ali!

Mas pronto, com algum esforço, lá saiu qualquer coisa. Claro que isto sempre me ficou na cabeça. Escrever algo que não faz sentido... Mas, com o tempo, passou-me. Até que tive mais contactos com o nonsense. Pintores que pintam coisas em nonsense, escritores que escrevem coisas em nonsense, poetas que rimam em nonsense, comediantes que fazem rir em nonsense, pessoas que pensam em nonsense... Era tudo demais para mim! Pesquisei nonsense em vários dicionários, e todas as definições me dizem que nonsense é algo sem sentido, algo sem nexo, algo que pura e simplesmente não faz sentido.

Isto baralhou-me claro. Para que é que, nós, portugueses, havíamos de trazer uma palavra estrangeira para uma coisa para a qual temos nome? Não faz sentido. Como é que é possível pedirem-nos na escola para fazer coisas em nonsense, ou seja, sem sentido? Também não faz sentido. Como é que algo que não faz sentido pode ter uma definição? Não faz sentido! Nada disto faz sentido, a própria definição de nonsense não faz sentido. Dar uma definição a algo que não faz sentido é puro nonsense! O nonsense É nonsense, a sua definição É nonsense, e tudo em que seja usado É nonsense.

Ainda não consegui perceber isto. Não, calma, acho que já. A definição de nonsense é nonsense, certo? Então... pois, já percebi! Simplesmente não faz sentido. Simplesmente É nonsense.

sábado, março 28

E se os anúncios da MEO fossem com piratas?


- MEO Capitão?
- Sim MEO besta?
- O que são estas coisas MEO Capitão?
- Que coisas MEO besta?
- Estas coisas que apareceram nas camaratas!
- Deixa-me ver MEO besta... Isto é um comando MEO!
- Um comando MEO? Mas isso não é aquele comando que nos permite gravar as nossas emboscadas e vê-las outra vez noutro dia?
- É sim MEO besta! E até permite parar os nossos ataques em directo para fazermos um ponto da situação!
- Que bom! Este já é MEO! E como funcionam MEO Capitão?
- Precisamos de uma televisão MEO besta!
- Mas não temos! Ainda não foram inventadas!
- Então tragam a MEO espada e cortem a MEO cabeça! Quer dizer a del... *FWOOSH*

sexta-feira, março 27

Simplesmente exausto


Estafado. Completamente sem energia. Para lá de cansado. Mais morto que vivo. Estou mesmo a precisar de férias. Que me lembre nunca trabalhei tanto em toda a minha vida. Ainda bem que agora tenho férias...

terça-feira, março 24

Toma lá Camões!

Consegui tirar 17 num teste com um soneto de Camões para interpretar! Fez estes sonetos e porcarias todas para nos lixar a vida, mas eu, em 100 pontos saquei 77. Camões, só te digo: TOMA!!!!


segunda-feira, março 23

Dia Mundial do Sono

Hoje é Dia Mundial do Sono. Das celebrações deste género, é a única que estou a ver assim de repente que vale mesmo a pena ser celebrado! Hoje vou escrever um post especial sobre este dia. Vou... vou... hum... ZZZzzzZZZZzzzzZZzzZzZZZZZzzz

sábado, março 21

Fairplay = -3



Antes demais, sim, foi mão, ou melhor, braço, ou melhor ainda, zona imediatamente a seguir ao ombro. Ah e GANHÁMOS. Ok, foi nos pénaltis, mas uma vitória é uma vitória. Ganhámos a taça e tal... Pena que o jogo tenha sido uma porcaria. Era mais parecido com râguebi que eu sei lá o quê. Grande parte dos jogadores, apanhava uma falta, ficava o tempo todo 'Anda cá meu palhaço que agora apanhas tu!' até finalmente acertarem no gajo, e ficarem vingados. Claro que depois andavam todos atrás uns dos outros, e aquilo ficava tudo à porrada.

A parte mais gira foi mesmo o Pedro Silva, depois de, claramente, parar a bola com o braço, leva um amarelo, e ainda dá um encontrão ao árbitro. A cara de espantado e mau do árbitro foi linda. E depois um vermelhinho. E depois um pénalti. E depois um golo que empatou o jogo e o levou a pénaltis, os quais ganhámos!

Para o caso de serem ceguinhos e não terem reparado, eu sou do Benfica!

sexta-feira, março 20

Será?


Hoje lembrei-me de falar daquela marca cujo logótipo tem a forma de uma maçã meio comida.

Essa dita cuja marca, lançou no mercado, aqui há uns tempos um certo computador portátil chamado MacBook Air. Antes de mais ainda não percebi a pancada de chamarem Mac aos computadores deles. Serão derivados de escoceses e irlandeses?

Depois apareceu a publicidade, com imagens deste género. 'Tão leve que até flutua' é essa a mensagem que querem passar, mas será mesmo isso que queremos? Será que queremos mesmo um portátil com o qual estejamos a trabalhar numa esplanada, por exemplo, venha uma rabanada de vento e POOF, lá se foi o portátil? Será que é mesmo isso que as pessoas querem?

Na minha opinião, a empresa da maçã meio comida devia repensar isto. Eles já são maus, mas esta publicidade é particularmente má.

quarta-feira, março 18

4º Livro Preguiçoso (2/2)

Era ele que ali estava. Ele próprio a derrubar as Árvores-da-Preguiça. Mas algo estava diferente. Sim, era ele, mas não era ele. Tinha o cabelo espetado e os olhos completamente brancos. Mexia-se freneticamente derrubando tudo o que encontrasse no caminho. Faiscava de electricidade estática criada pelos seus movimentos, electricidade essa que o cobria completamente, com os raios a serpentearem por todo o seu corpo. Quando reparou no Preguiçoso Supremo, parou completamente, todo o corpo a faiscar e olhou longamente para o Preguiçoso Supremo, que, exausto de se ver a si mesmo mexer tanto, deixou-se cair. "Ora, ora, ora, o que temos aqui?!? Serás tu, tu o meu criador? Hum, hum, hum?" Falava depressa com repetições sucessivas a uma velocidade estonteante. "Então, então, então, não falas?" O Preguiçoso Supremo, aturdido com tanta energia, só conseguiu dizer: 'Quem sois vós?''Nós? Hum? AH! Eu! Sim, eu! Eu sou tu, e tu és eu, mas não somos iguais. Eu sou o ANTI-PREGUIÇA!'

Depois daquela revelação, o Anti-Preguiça recomeçou o seu movimento frenético, a andar à volta doPreguiçoso Supremo. Este, já exausto, estava quase a desmaiar, aquilo era demasiado movimento para ele. Então, num movimento relampejante, o Anti-Preguiça ergueu um braço e disparou um raio de electricidade contra o Preguiçoso Supremo. Como desviar-se dava muito trabalho, o Preguiçoso Supremo apanhou com o raio mesmo em cheio. A descarga eléctrica percorreu o seu corpo e começou a transbordar de energia, que era suposto meter o Preguiçoso Supremo a mexer-se freneticamente como o Anti-Preguiça. Mas ele era simplesmente demasiado preguiçoso para isso, e o seu poder de preguiça pura dominou a energia de movimento do Anti-Preguiça. Ergueu-se a custo, sobre o olhar espantado do Anti-Preguiça, e atingiu-o com um raio de pura energia preguiçosa. O Anti-Preguiça parou completamente, a electricidade estática desapareceu do seu corpo, e sentou-se a olhar para o Preguiçoso Supremo.

A batalha que se seguiu teve dimensões colossais (ou não)! O Preguiçoso Supremo, extenuado, sentou-se também e olhou de volta para o Anti-Preguiça"Tu és eu. Embora sejas o meu contrário, és eu, ou seja, preguiçoso. Tudo o que precisei foi a estimulação certa dos teus preguiçosus complexus para te anular o movimento." O Anti-Preguiça boceja e diz: "És esperto. Mas sabes que isto não vai durar para sempre não sabes?". "Sei". "Ainda bem". A troca de olhares seguintes foi simplesmente ridícula, durou apenas 3 segundos, até ambos caírem para o lado a dormir. O Anti-Preguiça ali ficou, e o Preguiçoso Supremo voltou para o seu corpo. E estava desperto. A sua alma estava estafada, mas essa dormia, o seu corpo estava bom. Pensou 'Não vai ficar assim para sempre, mas há-de servir por uns tempos...', fechou os olhos e caiu para o lado, a dormir.

terça-feira, março 17

Onde é que isto vai parar?

No outro dia calhou olhar para a televisão e estar a dar desenhos animados. Para começar os desenhos animados já não são o que eram, a maneira como são desenhados é cada vez mais... idiota. Já para não falar nas personagens cada vez mais maricas, e nos conteúdos ligeiramente fortes para criancinhas de 5/6 anos que se levantam todos os dias de manhã para os ver.

Bem, mas estes que estavam a dar eram particularmente interessantes. O protagonista (suponho eu, são todos iguais) com a sua brilhante e lustrosa popa loira (blerk) está a praticar jet-ski. De repente o barco fica desgovernado, e ele grita: 'SUPER SALTO!' e dá um saltinho amaricado para dentro do barco. Além do mau exemplo que dá às crianças ('Papá, papá, podemos saltar para uma morte quase certa como fez aquele bonequinho dos desenhos animados num cena de acção extremamente aldrabada?'), há também o pormenor de ser completamente ridículo. De que lhe serve gritar super salto? Como fica com menos ar nos pulmões, cansa-se mais, logo salta mais alto?

E depois o que é que ele vê dentro do barco? Toda a gente a dormir profundamente, e uma planta a alastrar-se por ali dentro. O que é que ele diz? Está ali uma planta que adormeceu estes gajos todos? NAH! Nada disso. Ele diz: 'Isto parece uma forma de vida vegetal! De certeza que lançou qualquer espécie de elemento gasoso com efeitos soporífero que causou uma dormência completa nos meus amigos!'

Ok, talvez tenha exagerado um bocadinho, mas a ideia é que usou vocabulário complicado e desnecessariamente completo. É suposto criancinhas que aprenderam há pouco tempo a usar o bacio verem aquilo, e eles usam-me aquele tipo de linguagem? O que virá a seguir? Mudarem os nomes dos desenhos animados para coisas mais completas? Transformar os Power Rangers em Conjunto Heróico de Personagens com uma Espécie de Super Poderes Derivados de uns Relógios de Alta Tecnologia Vindos do Futuro?

Enfim...

segunda-feira, março 16

Túneis - Aventura na Planície Assombrada

"O novo fenómeno literário, depois da Harry Potter" disse o New York Times. E embora eu tenha gostado muito, tanto deste, como do anterior, Túneis - O Segredo da Cidade Eterna, não acredito muito nisso. Porquê? Porque o Harry Potter tem uma história fácil. O bom, o mau, o herói, o bom misterioso, a horda de bons, a horda de maus, os maus que sabemos desde o inicio que são bons, e vice-versa. É simples, e tem tudo escrito, preto no branco. Adivinhamos o que vai acontecer umas 3 ou 4 páginas antes de acontecer, em grande parte dos livros do Harry Potter. Com Túneis isso não acontece. Tem um enredo mais complicado, personagens que não fazemos a mínima ideia de que lado estão, histórias paralelas completamente díspares, e que se fundem nalgum ponto, criando uma confusão do 'caraças'.

Portanto, sim, tem potencial para ser o novo fenómeno literário a seguir a Harry Potter. Até tem potencial para ser melhor. Mas isso não quer dizer que venha a ser. Eu, pessoalmente, já disse que não me parece, é uma história mais inteligente e de certa maneira mais fantástica e mais real que o Harry Potter. Sim, eu sei, os Harry Potter's são livros de magia, com histórias de magia, em que praticamente toda a gente usa magia. É verdade. Mas isso cabe muito melhor no nosso imaginário do que Túneis. Pelo menos eu acho mais fácil imaginar pessoas a fazer magia, do que um mundo completamente escondido nas profundezas da Terra, uma raça de albinos, os Colonos, controlados e chefiados por uma raça mesquinha, os Styx, que usam uma raça apática, os Coprolites para os seus trabalhos de escravo. Isto tudo misturado com pessoas da Superfície (pessoas normais, como as que todos conhecemos) que são raptadas, ou que fogem para a Colónia, a grande cidade desta malta toda.

Gatos anormalmente grandes, os Caçadores, e cães anormalmente anormais, os Sabujos. Há ainda carradas de animais estranhos e que já deveriam estar extintos, e ainda uma raça supostamente poderosíssima e completamente desconhecida de toda a gente. Para chatear ainda mais, temos as tramas e tramóias dos Styx, e dos renegados (Colonos, ou pessoas da Superfície, banidas para as Profundezas). As Profundezas, sítio onde se passa grande parte deste livro, é basicamente uma planície muita grande, completamente às escuras, com alguns segredos e surpresas aqui e ali.

Tenho de confessar que eu próprio fiquei confuso com algumas personagens e algumas reviravoltas, e estou em pulgas para que saia o 3º livro desta colecção.

domingo, março 15

4º Livro Preguiçoso (1/2)

O Livro da Catástrofe (O Anti-Preguiça)

O Preguiçoso Supremo encontrava-se num dos seus momentos de meditação e descanso. Tinha acabado de escrever os Meia-Dúzia de Mandamentos, e estava estafado. Ainda não tinha discípulos, mas havia de os conseguir. Um dia. Como morrer dava muito trabalho, ele era imortal, por isso tinha muito tempo para procurar discípulos. E tudo corria bem naquele momento. Estava sentado, em casa, com os Mandamentos ao lado, e quase em transe pensava para que lado se havia de virar quando se deitasse.

No preciso momento em que se decidiu pelo lado direito, sentiu uma perturbação no âmago do seu ser. Algo dentro dele se revoltava e contorcia. Mas o Preguiçoso Supremo não sentia dor, nem sequer se preocupou com aquilo. Isso eram tudo coisas que davam muito trabalho. Limitou-se a esperar e ver o que acontecia.

Foi então que se ouviu um grito inumano. Meio de desespero, meio de dor, era simplesmente arrepiante. Claro que o Preguiçoso Supremo nem sequer se mexeu, e continuou a esperar. Mas, embora contra a sua vontade, estava preocupado. O grito tinha vindo de dentro dele. Entrou num transe profundo e mergulhou na sua própria alma, à procura da perturbação no seu ser.

A sua alma era realmente algo de espantoso. Calma, relaxamento e ausência de trabalho. Era lindo. Sombras enormes, projectadas por grandes chaparros, ou Árvores-da-Preguiça, o seu nome original. E mais uma data de coisas. O que interessa é que estava tudo feito de maneira a que o Preguiçoso Supremo não tivesse que se mexer para sobreviver, quando estivesse dentro de si mesmo. Bastava ficar sentado em qualquer sitio e as coisas simplesmente aconteciam. E o melhor é que ele não tinha tido que fazer nada para criar este maravilhoso sitio. Já vinha com ele de nascença. Mas algo perturbava a serenidade da sua alma. O Preguiçoso Supremo ouviu um grande estrondo, e de seguida viu, lá ao fundo, uma Árvore-da-Preguiça a ser derrubada.

O Preguiçoso Supremo, vendo que a perturbação ainda estava longe, em vez de andar, pensou que queria estar ali, e a sua alma para lá o levou. Se não desse tanto trabalho, o Preguiçoso Supremo tinha desmaiado de susto quando viu o que ali esperava por ele.